INVOZ_Aviao Catalina na Amazonia

Ozires Silva: o início da jornada de um dos pioneiros da aviação brasileira

Ozires Silva nasceu em 8 de janeiro de 1931 e, ainda menino, tinha um grande sonho, o de construir aviões. Em Bauru (interior de São Paulo), sua cidade natal, havia um aeroclube, onde o jovem teve a influência de Hendrich Kurt, um alemão foragido da 2ª Guerra Mundial que fabricava aviões em terras germânicas. O que mais chamou a atenção de Ozires, na época, foi o fato de o avião ser algo que podia ser fabricado, uma solução técnica para fazer o homem voar.

Contudo, na década de 1940, ainda não existia, no Brasil, uma escola que oferecesse o curso de Engenharia Aeronáutica, e os pais de Ozires não tinham condições financeiras de enviá-lo ao exterior. O único caminho possível era ser piloto da FAB (Força Aérea Brasileira). Foi então que Ozires ingressou como cadete na Escola de Aeronáutica, em 1948, no Rio de Janeiro. Após formado, serviu na Amazônia, trabalhou no CAN (Correio Aéreo Nacional), no Rio de Janeiro, e na Base Aérea de São Paulo (BASP).

A vida na aviação

Na década de 1950, Ozires Silva começou seu trabalho no CAN, na Divisão de Operações, onde programava aviões, de acordo com suas condições de disponibilidade para realizar as rotas previstas no Correio Aéreo. Os voos do CAN eram muito importantes, pois, através de linhas regulares de grande extensão, levava malas postais e as mais variadas cargas. Quando a população avistava os aviões C-47 do Correio Aéreo, sabia que podia esperar boas notícias. Muitas vezes, esses voos eram o único meio de deslocamento para as comunidades.

Durante a atuação no CAN, Ozires fez muitas amizades que foram importantes para seu futuro trabalho de construção de aviões brasileiros. Os laços se tornavam fortes devido aos longos períodos de convívio nas incertezas que a aviação proporcionava. Dentre os amigos, estava o Major Délio Jardim de Mattos, que comandava o 2o Grupo de Transporte e seria o futuro Ministro da Aeronáutica.

Correio Aéreo Nacional

Os voos no Correio eram sempre diferentes, traziam surpresas e participavam intensivamente da vida da nação. Era a unidade da FAB em que mais se voava. Voltados a favorecer a comunidade, os voos no CAN ofereciam uma contínua motivação para quem os fazia. Ozires atingiu mais de 5.000 horas de voo, considerando sua vida em Belém, onde voava com os aviões CATALINA, e depois os voos com os C-47 e C-82.

O Correio Aéreo Nacional foi fundado no dia 12 de junho de 1931, com o nome de Correio Aéreo Militar, quando os tenentes do exército, Casimiro Montenegro Filho e Nelson Freire Lavenère-Wanderley realizaram o primeiro voo transportando uma mala postal do Rio de Janeiro para São Paulo. Esse voo inaugural levou cerca de cinco horas. Após a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, o nome passou para Correio Aéreo Nacional.

A realização do sonho

Em 1955, assumiu o comando do 2o Grupo de Transportes o Cel. Roberto Faria Lima, muito conhecido na FAB por sua reputação de homem duro e trabalhador. Foi ele que, em 1957, ao assumir o comando na Base Aérea de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, convidou Ozires para trabalhar no 2o Esquadrão do 10o Grupo de Aviação, cuja missão básica estava ligada à prestação de serviços de busca e salvamento (SAR). Foi a primeira vez que Ozires esteve a serviço da FAB em seu estado natal.

Posteriormente, no ano de 1958, quando era instrutor do CAN, Ozires foi acordado às três horas da manhã por um Major que pediu a ele que fizesse um voo de teste em seu lugar. Esse foi o primeiro contato de Ozires com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), pois o Major era aluno da instituição e explicou ser possível enviar um requerimento ao Ministro para solicitar uma bolsa de cinco anos, sem perder os voos da FAB, e se graduar como engenheiro aeronáutico. Nesse momento o sonho de se tornar engenheiro e construir aviões brasileiros começou a ser realizado.

 

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