O Instituto Semear, organização não-governamental sem fins lucrativos, comemora hoje (23/04) 10 anos de existência. A entidade foi criada por um grupo de quatro pessoas, em São José dos Campos (SP), e oferece mentoria para jovens de alto potencial em situação vulnerável, além de bolsas para os que acabam de ingressar na universidade.
“Eu acredito que sejamos, hoje, o maior programa de mentoria social do Brasil”, disse André Pimenta Mathias, engenheiro pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos fundadores da organização. Cerca de 400 jovens já foram beneficiados pelo Semear, através de 280 mentores, que oferecem orientação educacional e profissional. No momento, os jovens impactados de alguma forma chegam a 4,5 mil.
“O Semear ajudou a mudar a minha vida e com certeza a de muitos outros jovens”, afirmou Tamires Barbosa, ex-bolsista, durante a Live realizada através do Youtube hoje. Para Andrea Kirst, professora de idiomas que participa do Semear desde 2019 como mentora, “é um trabalho que contribui, inspira e traz resultados”.
“Quero ajudar minha mãe”
Durante a live, Manoel Oliveira, fundador do Semear e presidente do Conselho de Administração do INVOZ, lembrou que sempre pergunta aos jovens que se tornam sementes (como são chamados os estudantes beneficiados) o que cada um deles pretende fazer quando concluir a sua formação. “Eles me dizem: quero ajudar a minha mãe”. Oliveira, que tem 73 anos e veio de uma família humilde, falou do valor da rede construída pelo INVOZ.
“Acho que nossa maior vitória é que menos de cinco estudantes desistiram dos seus cursos, em um país em que 40% dos alunos não continuam na universidade depois que entram. Isto é muito importante. Somos uma grande família”, explicou. Durante a live, também aconteceu um painel com ex-sementes. A conversa foi mediada por Rui Gonçalvez, diretor de Cultura do INVOZ e mentor do Semear. Germano Garrido, diretor executivo do Semear, falou sobre o desenvolvimento da ONG. “Queremos ser, até 2023, a instituição mais amada de São Paulo”.
“É sempre sobre pessoas, é sobre os relacionamentos que a gente constrói. Eu lembro sempre do poder que esta rede tem”, afirmou César Cunha, também fundador do Semear. Ele é engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
Felipe Nascimento, médico formado pela Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFGRS), falou sobre sua experiência de participar do Semear a partir de 2013. “Eu ouvia na escola, durante o segundo grau, que ser médico não era a minha realidade, mas descobri que isto poderia ser possível. Passei na universidade e tive muito apoio do Semear”. Nascimento se formou em junho 2019 e foi aprovado na residência médica também em Porto Alegre, logo em seguida.
Rafael Dantas, ex-semente, deu o seu depoimento também. “Você não consegue enxergar muito longe quando está fora da universidade, mas conforme você vai andando vê muito mais à sua frente”, disse. Flávio Óses, economista que é parte da célula de mentoria do Semear, acredita que cada encontro que ele tem com um estudante é um sopro de motivação. “Sinto-me muito grato”.
LinkedIn: conexão
Durante o painel, Vânia Cagnassi participou das discussões. Ela é líder de Operações de Recursos Humanos para a América Latina no LinkedIn e trabalha na área de responsabilidade social. A rede profissional é parceira do Semear desde 2017, colaborando em eventos virtuais, mentorias e com bolsas. “A conectividade, os valores do Semear são os nossos. Esta diversidade de perfis de profissionais é fundamental e é o que torna as empresas mais competitivas. Você só cria se as pessoas têm cabeças diferentes”, concluiu.