O brigadeiro José Augusto Crepaldi participará da live organizada pelo INVOZ no próximo dia 11 de agosto, terça-feira, às 20 horas, para falar sobre a Lei de Offset. A legislação estabelece como as empresas brasileiras podem se beneficiar de vendas para outros países e de transferência tecnologia obrigatória em vendas internacionais para as Forças Armadas. A lei aumenta a geração de negócios, empregos e amplia a autonomia da indústria. Crepaldi é o maior especialista sobre o assunto no Brasil. O brigadeiro é vice-secretário da Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA).
O objetivo do debate é esclarecer como a Lei de Offset, que foi criada em 2012 (Lei nº 12.598), é aplicada e quais os caminhos para que as pequenas e médias indústrias do cluster aeroespacial se qualificarem, para receber investimentos, e para se beneficiarem dela. Crepaldi estará na live junto com Kleber Grasso, conselheiro do INVOZ; e Mauro Ferreira, sócio-fundador da Globo Usinagem. O jornalista Rui Gonçalvez, diretor de Cultura do INVOZ, vai mediar a conversa.
Segundo Manoel Oliveira, presidente do Conselho de Administração do INVOZ, a cadeia brasileira de fornecedores da Embraer é formada essencialmente por pequenas e médias empresas (PME) que faturam algo em torno de U$ 300 milhões anuais. Isto representa menos do que 1% do mercado global de aeroestruturas. “Algumas empresas da base industrial brasileira ainda precisam se adaptar às exigências de fornecimento no âmbito global, em termos de prazo, custos, qualidade e capacidade”, afirma Oliveira.
Mesmo sem terem uma indústria montadora de aviões nos seus países, as empresas fornecedoras de peças aeronáuticas da Coreia do Sul e do México, que se tornaram globais, vêm expandindo suas exportações. “A Coreia do Sul exporta quatro vezes e o México mais de 10 vezes o que a nossa cadeia de fornecedores fornece para a Embraer”, explica.
O diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) em São José dos Campos, César Augusto Teixeira Andrade e Silva, afirma que há uma falta total de visão estratégica dos formuladores de política industrial. De acordo com Silva, a pandemia de coronavírus teve impacto sobre os números do setor, mas certamente o país estaria numa situação melhor hoje se tivesse tomado outros caminhos e explorado as contrapartidas.
O que é a Lei de Offset
Offset são contrapartidas legais a que as Forças Armadas têm direito em negociações internacionais. Assim, são as Forças Armadas que aprovam estas exigências de offset para empresas brasileiras. No artigo “A política de offset da aeronáutica no âmbito da estratégia nacional de defesa”, o brigadeiro Crepaldi cita que a intenção é gerar benefícios de natureza industrial, tecnológica e comercial.
“Refere-se ao conceito de que determinas aquisições de fornecedores estrangeiros deverão ser compensadas por diversos meios, em benefício de setores e áreas definidas pelo país importador. Assim, o fator determinante da possibilidade de compensação é o poder de compra do país importador”, explica o brigadeiro.
Assunto de Estado
Para Kleber Grasso, conselheiro do INVOZ, o assunto offset é amplo e de Estado. “A Turquia é um dos países que há décadas tem alcançado êxito com os seus projetos”, disse. Ele explica que a política turca atual para esse assunto prevê que as pequenas e médias empresas participem com pelo menos 30% das atividades a serem conduzidas pela indústria local, no âmbito dos contratos de aquisições. E os detalhes são descritos em um plano de industrialização.
Já para Eduardo Coelho, associado do INVOZ, a live é uma grande oportunidade para a indústria. “É preciso uma divisão do “bolo” do offset de uma forma a incorporar as PME’s, como acontece em vários países. No Canadá, por exemplo, os percentuais variam de 15 a 30 % do total. Isto não acontece aqui”, afirma.
Para saber mais sobre offset, você também pode assistir o TALK com Coronel Affonso Henriques Rodrigues de Sousa clicando aqui.
