O INVOZ reproduz mais uma reportagem celebrando os 70 anos do Instituto Tecnológico Aeroespacial (ITA), no Departamento de Ciências e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Esta segunda parte da série de reportagens, editada pela Agência da Força Aérea Brasileira (FAB), resume o marco da década que foi a construção da aerovane Bandeirante e que deu origem a Embraer.
As fontes são a Tenente Isabele (DCTA) e o professor Hermelindo Lopes. O responsável pela edição foi o Tenente Fraga, com revisão do Tenente Coronel Denys. Lembrando que os textos originais podem ser visualizados na página da FAB, do Ministério da Defesa, e também aqui (leia abaixo).
Especial: 70 anos da criação do ITA (2ª parte)
Um marco da aviação brasileira – Segunda década (1960 – 1970)
“Nesta década, a excelência do ensino adotada pelo ITA já influenciava outras universidades do país e o Instituto expandia suas atividades com o início, em 1961, do curso de Pós-Graduação em Engenharia. Com a tecnologia crescendo foi criado, em 1963, novos Laboratórios como o de Processamentos de Dados (LPD) e, com isso, a contratação de professores estrangeiros e o ingresso de alunos antigos, agora como docentes.
Entretanto, o grande marco da época foi o desenvolvimento, pelo então Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD) do CTA, do projeto liderado pelo Major-Aviador da Força Aérea Brasileira (FAB), formado no ITA (turma 1962), Ozires Silva: a construção da Aeronave Bandeirante. A ideia era criar um avião bimotor turbohélice, com capacidade para 20 passageiros. Este se tornaria o primeiro avião comercial desenvolvido no Brasil.
A aeronave inaugurou a aviação regional no país e deu origem à Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). “O Bandeirante foi uma resposta às nossas dúvidas, entre muitas, sobre qual tipo ou modelo de avião que poderíamos tentar fabricar no Brasil e que pudesse ser razoavelmente diferente daqueles que eram normalmente produzidos nos países mais desenvolvidos. Ele surgiu da ideia de que as pequenas cidades do futuro deveriam ter à disposição o transporte aéreo”, declarou Ozires Silva, criador e fundador da Embraer.
Com a criação da Embraer, em 1969, abriram-se novos caminhos e ideais para os Engenheiros do ITA. Os sonhos do Marechal Montenegro se concretizavam com a implantação de uma indústria aeronáutica brasileira, que tornava possível colocar em prática toda pesquisa, ensino, desenvolvimento aeronáutico em sistemas e alavancar o país no campo aeroespacial.
O primeiro voo do C-95 Bandeirante ocorreu dia 22 de outubro de 1968, e o nome dado à aeronave foi por um ex-iteano e Diretor, do então CTA, Brigadeiro Engenheiro Paulo Victor da Silva.
Com o marco do Bandeirante e a criação da Embraer, o ITA tornava-se conhecido internacionalmente e, por sua vez, como um dos maiores centros de pesquisa e ensino no mundo.”