O INVOZ celebrará os 70 anos do Instituto Tecnológico Aeroespacial (ITA), no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), reproduzindo uma série de reportagens editadas pela Agência da Força Aérea Brasileira (FAB).
Os textos originais podem ser visualizados na página da FAB, do Ministério da Defesa, e também aqui (leia abaixo). A primeira parte resume os 10 primeiros anos depois da criação do ITA. As fotos são do arquivo da instituição. As fontes são a Tenente Isabele (DCTA) e o professor Hermelindo Lopes. O responsável pela edição foi o Tenente Fraga, com revisão do Major Monteiro.
Os comentários publicados aqui e os vídeos e fotos enviados para webmaster@invoz.org darão origem a uma reportagem especial produzida pela equipe do INVOZ. Leia abaixo o primeiro texto original produzido para celebrar a criação do ITA.
Especial: 70 anos da criação do ITA (1ª parte)
Conheça a primeira década da história do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
“Antes de produzirmos aeronaves, precisamos produzir engenheiros”. Foi sob este ideal que, o então, Coronel Casimiro Montenegro Filho assumiu a missão de fundar as bases de uma indústria de aviação nacional. Nascia, assim, o Centro Técnico de Aeronáutica (CTA) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a primeira escola de formação de engenheiros aeronáuticos do Brasil, no ano de 1950, na cidade de São José dos Campos – SP.
O ITA, no alvorecer dos anos 1950, era uma escola distinta, pioneira e inovadora em educação superior no cenário acadêmico brasileiro, com a missão de preparar engenheiros militares e civis para o desenvolvimento tecnológico do país.
Tendo como base o modelo do Massachussets Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, a ideia era criar uma escola de engenharia aeronáutica e um centro de pesquisas e desenvolvimento que levaria a ciência e tecnologia aeronáutica ao mais alto nível.
ITA e CTA: a construção de um sonho
A concepção do CTA surgiu em meados da década de 40, por meio da visão de Casimiro Montenegro Filho, que buscava viabilizar a ideia de uma escola e um centro de aeronáutica no Brasil. Em uma viagem que fez para conhecer o MIT, pressentiu que seu plano se demonstrava cada vez mais viável, e quando retornou ao país, começou a escrevê-lo, iniciando pela tão sonhada escola.
Para isso, foi necessária a ajuda do professor Richard Harbert Smith, chefe do Departamento de Engenharia Aeronáutica do MIT e consultor do governo norte americano, que veio ao país em 1945 para verificar a viabilidade de implantação de uma organização técnica. Após diversas viagens, estudos, pesquisas, levantamentos do ensino superior e da indústria, conduzidos pelo Professor e também por Montenegro, criou-se o “Plano Smith”, que apresentava uma série de propostas e orientava todo o caminho para a concretização de uma escola de engenheiros de alta qualidade, além de uma indústria aeronáutica de alto nível.
Em 26 de janeiro de 1946, foi criada a Comissão de Organização do Centro Técnico de Aeronáutica – COCTA, incumbida de efetivar todo o projeto. A localidade escolhida para implantar o centro foi o município de São José dos Campos – SP. A escolha da cidade se deu por alguns fatores indispensáveis à época: sua localização privilegiada, que ligaria à rodovia Rio-São Paulo, as condições climáticas favoráveis, a topografia plana e a facilidade de comunicações.
Ao longo de sua 1ª década de existência, o ITA firmou-se como uma escola de engenharia diferenciada, com um sistema educacional que proporcionava autonomia e liberdade acadêmica, baseado em períodos letivos semestrais e estrutura dividida em departamentos. O ITA dispunha, ainda, de diferencial em relação a outras escolas de engenharia do país devido à dinamicidade do currículo, que se renovava anualmente. Os alunos possuíam bolsas de estudos completas, que incluíam alimentação, serviços médicos, residência no campus, o que facilitava a dedicação exclusiva ao curso e a interação aluno-professor.
A evolução
Atualmente, o ITA oferece seis cursos de engenharia: Aeroespacial, Aeronáutica, Civil-Aeronáutica, Computação, Eletrônica e Mecânica-Aeronáutica. A duração de cada curso é de cinco anos, sendo o conteúdo dos dois primeiros anos comum a todas as especialidades.
Ao longo de seus 70 anos, o ITA deixou muitas marcas de seu legado, provando que a visão de Casimiro Montenegro estava certa e o sonho foi concretizado. Atualmente, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) – antigo CTA – e suas organizações subordinadas formam um complexo de pesquisa e desenvolvimento voltado a planejar, gerenciar e executar atividades relacionadas à ciência, tecnologia e inovação no âmbito do Comando da Aeronáutica.