O Tenente-Brigadeiro do Ar Clóvis Pavan - Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/FAB

Clóvis Pavan, oficial-general da FAB, completa 100 anos de idade

O tenente-brigadeiro do ar Clóvis Pavan completou 100 anos na última segunda-feira (13). Nascido na cidade de São Paulo (SP), o oficial-general foi declarado aspirante a oficial na Escola de Aeronáutica, em 1944.

O tenente-brigadeiro do ar Clóvis Pavan foi tema de reportagem do portal Defesanet publicada nesta quarta-feira (15). Leia aqui a reportagem completa.

Durante sua carreira, Pavan ganhou visibilidade nacional e internacional por conta de suas experiências. Na Escola de Aeronáutica foi Instrutor e, mais tarde, assumiu o Comando do Corpo de Cadetes da Aeronáutica.

Ele realizou diversas missões e ocupou importantes cargos, dentre eles, como comandante da Base Aérea de Brasília, da Academia da Força Aérea (AFA) e do Quarto Comando Aéreo Regional (IV COMAR).

Também  foi vice-chefe do Estado Maior da Aeronáutica (EMAER) e diretor-geral do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento da Aeronáutica até 1983, quando passou para a reserva. Além disso, destaca-se como o oficial que mais tempo atuou ao lado do marechal do ar Eduardo Gomes, consagrado Patrono da FAB (Força Aérea Brasileira).

Família

Pavan é pai de três filhos (um deles falecido) e avô de três netos. Atualmente, reside em São Paulo, mora com sua filha Ana e tem como vizinho seu filho Fábio, que diz ter sentimento de alegria pela oportunidade de ver o pai completar 100 anos, especialmente por estar bem tanto mentalmente como fisicamente, na presença e com o apoio da família.

“Nesta fase da vida ele considera que cada dia vivido a mais é uma vitória e comemora quase que diariamente de forma simplória, com meia taça de vinho e duas fatias de pão com manteiga”, conta o filho.

Tenente-Brigadeiro do Ar Clóvis Pavan - Foto: Divulgação/ FAB
Tenente-Brigadeiro do Ar Clóvis Pavan com companheiros da FAB – Foto: Divulgação/ FAB

Experiência e missões do Brigadeiro Pavan

O Brigadeiro atuou em diversas missões pela FAB. Dentre as mais relevantes, destaca-se uma visita oficial a Inglaterra, em setembro de 1966. Para comemorar seu aniversário, em 13 de setembro, à época como coronel, foi convidado pela Royal Air Force (RAF), a voar o caça BAC-Lightning.

O Lightning era a única aeronave britânica capaz de atingir Mach 2, o que levou o militar a sensação de subir como se estivesse “a bordo de um foguete”, tornando-o assim o primeiro brasileiro a ultrapassar duas vezes a barreira do som.

Outra missão de destaque na carreira foi com o presidente da Câmara dos Deputados, à época, Café Filho. Ainda como tenente, Pavan fora designado como piloto a transportar a autoridade até Foz do Iguaçu (PR), para uma visita oficial.

Na ocasião, Café Filho havia assumido outro compromisso, de estar na manhã do dia seguinte, em Assunção, capital do Paraguai, com o Presidente Alfredo Stroessner Matiauda. O tenente explicou ao deputado que, por estarem a bordo de uma aeronave militar, necessitaria solicitar autorização ao Ministério da Aeronáutica.

Porém, como naquela época as comunicações eram precárias, não houve tempo hábil e o voo foi feito sem a devida autorização. No retorno ao Rio de Janeiro (RJ) foram recebidos pelo então Brigadeiro Eduardo Gomes, que após despedir-se do deputado Café Filho, deu ordem de prisão ao tenente Pavan pelo fato ocorrido na missão.

Ao ter conhecimento da prisão, Café Filho visitou o tenente e pediu desculpas pelo inconveniente e assumiu o compromisso de fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para excluir o registro daquela prisão de seu prontuário.

Tenente-Brigadeiro do Ar Clóvis Pavan - Foto: Divulgação/ FAB
Tenente-Brigadeiro do Ar Clóvis Pavan com o presidente Ernesto Geisel – Foto: Divulgação/ FAB

Confiança

No ano seguinte, com o falecimento do Presidente Getúlio Vargas, Café Filho assume a Presidência da República e convida o Brigadeiro Eduardo Gomes para assumir o então Ministério da Aeronáutica. Em seu primeiro despacho com o Presidente, o brigadeiro Eduardo Gomes se dirige ao Palácio do Catete acompanhado de seu Ajudante de Ordens, o já capitão Pavan.

Ao chegarem ao Palácio, foram recebidos pelo próprio Presidente, que após cumprimentar o brigadeiro Eduardo Gomes, dirigiu-se ao capitão Pavan e questionou: “Capitão, aquele nosso assunto já foi resolvido?” Rapidamente, respondeu: “Sim senhor, Presidente”.

Ao longo de todos os anos que serviram juntos, o brigadeiro Eduardo Gomes nunca perguntou e nem o Capitão Pavan disse que assunto era aquele entre o Presidente da República e um Capitão da Aeronáutica, comprovando o nível de confiança que o Brigadeiro havia adquirido em relação ao seu subordinado.

Tenente-Brigadeiro do Ar Clóvis Pavan - Foto: Divulgação/FAB
Tenente-Brigadeiro do Ar Clóvis Pavan (dir.) ao lado do presidente João Figueiredo- Foto: Divulgação/FAB
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Filtrar por: