Máquina braile, ustilizada por pessoas cegas.

Centro para empreendedor cego tem potencial para beneficiar quase 17 mil pessoas em SJC

Um treinamento realizado pelo INVOZ sobre Teoria U, no Instituto Empreendedor do Futuro (IEF), está gerando resultados práticos para a criação do CEDEC (Centro de Desenvolvimento para o Empreendedor Cego). A capacitação foi coordenada por Carmen Ruybal, doutora em Sistemas Adaptativos Computacionais, pelo Instituto Tecnológico Aeroespacial (ITA).  Ela trabalha com algoritmos genéticos e redes neurais artificiais. Ruybal é também coordenadora das atividades de fomento e gestão da inovação do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), no Centro de Inovação Tecnológica do DCTA (NIT/DCTA), além de membro do INVOZ.

Scharmer, do MIT, criador da Teoria U. Foto: Ad Huikeshoven/CC BY-SA 4.0

“A Teoria U é baseada em mudanças em sistemas complexos, como os sociais. A abordagem é mais ampla do que a habitual gestão de projetos”, explica. A teoria foi formulada por Otto Scharmer, em seu doutorado na Universidade Witten/Herdecke, na Alemanha. Seus princípios ajudam líderes políticos, funcionários públicos e gestores a romper padrões improdutivos de comportamento, muitas vezes ineficazes para a tomada de decisão.

“Achei interessante e bacana a proposta de criação do CEDEC conduzida por um grupo de alunos do curso”, afirma Ruybal.  A formação realizada pelo INVOZ e IEF acompanhou ciclo semelhante no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde  Otto Scharmer é professor na Sloan School of Management. Ela aconteceu entre setembro e dezembro do ano passado, mas há proposta de uma nova turma para 2020, com data e formato ainda a serem definidos, no contexto da pandemia de coronavírus.

Criação do CEDEC

“O CEDEC ainda está em fase de implantação, com muitas discussões e experiências trocadas em reuniões virtuais quinzenais, por conta da pandemia. Temos um grupo bem diversificado, de formações e experiências profissionais distintas, o que nos agrega bastante conhecimento”, explica Joelma Iamac Nomura, engenheira elétrica, mestre e doutora em educação matemática, uma das lideranças do grupo de trabalho.

Segundo dados do IBGE de 2010,  há mais de 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual no Brasil. São 528 mil pessoas incapazes de enxergar e 6 milhões de indivíduos com baixa capacidade de visão ou visão subnormal. Já de acordo com a Secretaria de Promoção e Cidadania de São José dos Campos, em São Paulo, havia 2,3 mil pessoas cegas e 14,6 mil pessoas com baixa visão. em 2016 Dos 2,3 cegos, 1,3 mil eram homens e 1 mil eram mulheres.

Nomura diz que já está sendo desenvolvida uma plataforma online para divulgar a mão de obra de deficientes visuais para empresas. “Acredito que ela estará funcionando em, no máximo, quatro meses”, disse. Ela explica ainda que o grupo já está apto a trabalhar no desenvolvimento pessoal e com mentoria de pessoas. “Só que, infelizmente, hoje isto será feito à distância, por causa da pandemia”, conclui. A constituição do CEDEC como uma ONG é o próximo passo e também está na fase de estudo e implementação.

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